Como
dizia Agenor, o tempo não para. São 20 anos que se passaram após aquele
dia em que todos os alunos do primeiro ano do ensino médio se reuniram
para ir até o centro da cidade protestar. Isso mesmo, no auge dos meus
15 anos eu voltei rouca para casa por uma causa. Não entendia bem o que
aquilo iria significar um dia no meu país ou na minha vida. A verdade é
que no final das contas, algo aconteceu e muito depois considerei a
idéia de ter feito parte de um grande acontecimento. Fui na onda de
todos os estudantes da minha idade naquela época, sem saber que estaria
participando de algo que um dia teria orgulho de contar para meu filho.
Só sei que aquele dia, ao pintar meu rosto, me senti liberta do rótulo
de que nossa juventude era filha da ditadura.
É isso!